Essencial em todas as residência, o botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) pode se, não observadas as regras de segurança, se tornar importante fator de incidentes domésticos. Medidas como armazenamento, manipulação e manutenção corretas podem reduzir o número de casos.
Para isso, o cuidado deve começar já na aquisição do botijão ou cilindro. Recipiente sem lacre ou sem marca visível (estampada em alto relevo no corpo do recipiente) deve ser recusado.
A compra deve ser feita somente em revendas autorizadas, com entregadores devidamente identificados. Além disso, ao receber o produto, o consumidor deve se certificar de que a marca estampada em alto relevo no recipiente é a mesma do lacre e da etiqueta (rótulo) de segurança.
A dona de casa Noemia Pereira Lemos segue a risca todas as recomendações. O seu botijão fica em um local longe da cozinha e ventilado e ela sabe de todos os riscos em caso de mau uso. “Uma das coisas que cuido é o botijão, pois tenho medo de acidentes e o recuso quando vem amassado”, explica. Hábitos que a moradora do Bairro Sagrado Coração de Jesus passou para os nove filhos.
“Na casa deles a manutenção é constante. Eles não relaxam. A mangueira venceu é trocada. Já substitui várias nesses anos”, afirma ela, que embora tenha medo de manusear o botijão, fica de olho quando é feita a troca para ter certeza que não há vazamento. .
Os perigos do mau uso do botijão também preocupam o 5º Batalhão do Corpo de Bombeiro Militar de Lages. Pensando nisso, os militares realizam trabalhos para evitar acidentes. E o fazem por meio de conscientização e prevenção junto à população, embora os registros de explosão sejam quase zero, uma vez que, os vazamentos são mais recorrentes.
“Fazemos um trabalho anual na semana nacional do bombeiro. Realizamos a conscientização da população visitando as residências”, explica o assessor da corporação, soldado Rangel, lembrando que a ação se chama Alerta Vermelho e é desenvolvida em julho
Antes das visitas é feito um mapeamento, um levantamento estatístico de “calor” das ocorrências – locais onde mais ocorrem incêndios. Normalmente os casos acontecem nos bairros Santa Catarina, Morro Grande, Dom Daniel e Habitação. E é muito difícil o incêndio começar na cozinha.
No ano passado, em Lages, de janeiro a setembro foram 80 ocorrências de incêndios, enquanto que no mesmo período deste ano, foram 76 ocorrências, mostrando uma redução de 5%.
O fogo é geralmente causado por sobrecarga na rede elétrica, princípios de incêndio em fogões a lenha e outros. As causas dos acidentes são apuradas em um informe pericial, que é objeto estatístico dos bombeiros.
O Correio Lageano consultou a Liquigás para verificar os processos que envolvem a distribuição de gás. A empresa informa que no processo de envase são utilizadas técnicas e equipamentos modernos para que o consumidor tenha um produto seguro. O botijão precisa ser fabricado segundo a norma NBR 8460 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os recipientes passam por um rigoroso programa de qualidade, incluindo testes e processos de requalificação.
Além disso, possuem um dispositivo de segurança chamado plugue fusível ou válvula de segurança que, em caso de aumento da pressão interna, expulsa o gás e impede que ocorram acidentes.
Dentre tantos cuidados, a distribuidora cita a instalação. Reguladores e mangueiras devem conter o símbolo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), o número da norma técnica de fabricação, além das datas de validade impressas em seu corpo (esses equipamentos têm prazo de cinco anos).
O uso de reguladores e mangueiras vencidas pode causar vazamento. Importante observar que para a fixação da mangueira no regulador e no fogão deve-se utilizar abraçadeiras. Após a instalação, é necessário verificar se há vazamento com um teste simples, que consiste em colocar espuma nas duas extremidades da mangueira.
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), desde o início do programa, em 1996, até dezembro de 2017, foram requalificados 206 milhões de recipientes e 59 milhões de novos botijões foram adquiridos. Hoje, existem 117 milhões de vasilhames em circulação no Brasil e, a cada ano, 11,5 milhões de botijões são requalificados.
Onde armazenar o recipiente
Troca do botijão
Instalações sem risco
Fonte: Correio Lageano
Por Bega Godoy